29 outubro 2015

Adoração – A Grande Prioridade

“Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.” – João 4:23

Em meio ao excesso de ativismos da igreja dos dias atuais, parece haver uma despreocupação com relação ao propósito primordial da existência da igreja. Talvez muitos até se perguntem sobre qual é esse propósito. Para muitos, a igreja funciona como um grande pronto-socorro, e desde que as pessoas estejam sendo socorridas, as demais coisas, inclusive a
adoração, ficam em segundo plano, ou até são completamente ignoradas. Os cultos modernos têm sido apenas instrumentos para que as pessoas consigam bênçãos para sua vida. Do início ao fim, das músicas à pregação, tudo gira em torno do tema: como obter as bênçãos de Deus. As pessoas têm dado muito mais importância a seus desejos pessoais do que à glória de Deus. Esses têm sido os verdadeiros deuses que estão ditando as regras no culto e no modo de ser da igreja dos nossos dias.
Deus estabeleceu um povo para adorá-lo, e este povo é a igreja. A maior função da igreja nesse mundo é adorar a Deus. Todas as demais coisas devem ser subservientes a esse princípio básico. Por isso, o culto, como expressão solene dessa adoração, tem uma importância tremenda, pois, é uma resposta obediente ao convite, ou melhor, à própria ordem de Deus, a qual ele expressou em sua Palavra Escrita, na criação, e até mesmo dentro de cada um dos seres humanos criados, cujos sentimentos mais íntimos anelam por Deus. É pelo culto que a igreja vive, “é nele que pulsa a vida da igreja”.
Isso nos sugere a importância com que devemos tratar esse assunto. Em primeiro lugar porque o culto é a Deus, e ele é digno de toda a nossa reverência; e em segundo lugar, porque o culto afeta consistentemente as pessoas que participam dele. Por isso, precisamos ter cuidado, pois Spurgeon estava certo ao dizer que:
Muitos gostariam de unir igreja e palco, baralho e oração, danças e ordenanças. (…) Quando a antiga fé desaparece e o entusiasmo pelo Evangelho é extinto, não é surpresa que as pessoas busquem outras coisas que lhes tragam satisfação. Na falta de pão, se alimentam com cinzas; rejeitando o caminho do Senhor, seguem avidamente pelo caminho da tolice.
Quando se perde o verdadeiro significado da igreja e da adoração, é natural que as coisas fiquem misturadas, e que aquilo que deveria ser secundário, ou mesmo inexistente, assume formas agigantadas, enquanto que, o que realmente importa fica esquecido. O que Spurgeon dizia que era desejo de alguns fazer, ainda no século 19, já é uma plena realidade no início do século 21.
O tema adoração desenvolve-se por toda a Bíblia e culmina no Apocalipse, de forma escatológica, onde a igreja é descrita como uma comunidade adoradora, porém, agora na presença do seu Senhor (Apocalipse 19:1-8). Por isso, podemos concluir que a adoração é algo central para a vida, tanto na terra, quanto no céu (Apocalipse 4:8-117:9-1715:2-4, etc.). Evidente que adoração é um estilo de vida, é algo que sobrepassa as dimensões do culto, envolvendo uma postura constante em relação a Deus. Embora muitas das abordagens expostas nesse capítulo sejam próprias da adoração no sentido mais extenso da palavra, é o culto que é nossa preocupação fundamental.
Em geral, podemos dizer que “adoração” envolve uma postura de reverência e homenagem que é dada para Deus. O conceito de adoração é expresso pelo tema: “servir”. Isto é claro, envolve muito mais do que algo que toma uma forma meramente externa. Para verdadeiramente honrar a Deus é necessário obediência às suas leis. Está claro na Escritura que muito mais do que simplesmente aparecer diante de Deus com sacrifícios ou ofertas, Deus quer que seu povo se apresente puro (Salmos 1524:3-4) e obediente (Isaías 1:11-17Amós 5:21-22). O fato é que Deus não tem nenhuma necessidade (Salmos 50:12-13), mas ele quer toda a vida, todo o corpo, e todo o ser (Romanos 12:1-2).

por: Rev. Leandro Antonio de Lima



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